Dando continuação à programação do maior evento de dança do Litoral Norte, entramos na 2a semana, a penúltima do festival. Traduzindo o espírito de sempre do Dança e Movimento, esses dias mesclam desde companhias que são referências no Brasil com grupos locais de alta qualidade e criatividade artística.
No dia 22 de setembro, 6a feira, às 20h, é a vez do Balé da Cidade de São Paulo. Uma das companhias mais importantes do país realiza em Ilhabela a obra “Muyirakitã”, que convida o público a refletir e a indagar sobre acontecimentos de 100 anos atrás e a romper paradigmas estabelecidos nos dias atuais.
No dia 23 de setembro, sábado, às 20h, a São Paulo Companhia de Dança mostra duas remontagens clássicas e uma contemporânea. Conduzido pela música de Cesare Pugni (1802-1870), a “Grand Pas de Quatre de Pugni” é uma coreografia de essência romântica, com movimentos delicados e elegantes. A outra peça clássica é “Grand Pas de Deux de Dom Quixote”, com a cena apoteótica do casal Kitri e Basílio, personagens principais da obra de Miguel de Cervantes. O programa termina com o contemporâneo “Veias Abertas”, espetáculo inspirado em livro do uruguaio Eduardo Galeano, em que sete bailarinos performam com músicas interpretadas por mulheres latinas-americanas.
No dia 24 de setembro, domingo, às 20h, a Clarin Cia de Dança traz ao palco sua pesquisa sobre o Bumba Meu Boi. “Da cor de cobre” é uma homenagem a todos os grupos existentes e resistentes da cultura tradicional brasileira que ressignifica sua força levando ao contexto do palco esse folguedo normalmente realizado nas ruas.
Nos dias 22 e 23 de setembro (6a feira e sábado), vale muito a pena chegar mais cedo na Vila, centro histórico de Ilhabela. Entre 17h30 e 19h30, a Cia Óia o Tamanho de Mim apresenta “O Menor Teatro D´Ilhabela”, performance realizada dentro de caixas cênicas reduzidas, instaladas sobre duas bicicletas e operadas por um bonequeiro em cada uma. São duas histórias, com cerca de 4 minutos cada, contadas a um espectador por vez, que abordam o contexto da cultura caiçara.
No dia 26 de setembro, 3a feira, às 9h, sobem ao palco Las Titis. A companhia mostra “Titis Tour”, um trabalho delicado e imagético, que une ao mesmo tempo poesia e diversão, numa dramaturgia híbrida entre performance, dança e circo.
Importante frisar que de 22 a 24 de setembro, as apresentações acontecem na Vila (Centro Histórico de Ilhabela) e no dia 26 de setembro, o evento volta aos palcos do Espaço Cultural Pés no Chão, idealizador do Festival.
Movimento, dança e multiplicidade
Referência para a dança no estado de São Paulo, o “Dança e Movimento” é um festival que congrega diversas linguagens artísticas. Ao longo de sua trajetória, já apresentou aproximadamente 300 espetáculos a um público de quase 40 mil pessoas. O evento é realizado pelo Espaço Cultural Pés no Chão em parceria com a Secretaria de Cultura através da Prefeitura Municipal de Ilhabela.
Da arte circense à teatral, do balé clássico à dança experimental, do amador ao profissional, da cultura brasileira à urbanidade da cidade, das veias abertas da América Latina às batidas da África, dos grupos locais aos convidados especiais… Quem aceitar o convite do festival para maratonar os espetáculos desta 24ª edição, certamente vai ver uma experiência ampla, com um pouco de tudo o que está acontecendo no mundo da dança e das artes do corpo.
SERVIÇO:
* ATENÇÃO: O LIMITE DE PESSOAS é 186 no Pés no Chão e mais de 500 no auditório da Vila. Não é necessário retirar ingressos, a entrada é por ordem de chegada.
* AGENDA E SINOPSES DOS ESPETÁCULOS DE 22 a 26/09
* QUADRO DE PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO EVENTO – DE 14 a 30/09
CONTATO COM A IMPRENSA:
Camila Prado 11 99602 9484
SINOPSES, DATAS E HORÁRIOS
Sexta-feira e Sábado, 22 e 23 de setembro, das 17h30 às 19h30
“O Menor Teatro D´Ilhabela”
Cia Óia o Tamanho de Mim
Local: Rua do Meio (Vila, Ilhabela – SP)
Através do Teatro Lambe-Lambe, que é um estilo teatral genuinamente
brasileiro, o projeto desta companhia consiste em levar o teatro de pequeno formato para um espectador por vez, por meio de espetáculos de curta duração (cerca de 4 minutos).
A performance da Companhia é realizada dentro de caixas cênicas reduzidas, instaladas sobre duas bicicletas e operadas por um bonequeiro em cada uma. As duas histórias são contadas a partir do contexto da cultura caiçara.
A primeira conta a história de um pescador que enrosca a sua linha no fundo do mar e ao puxá-la se depara com a degradação do meio ambiente causada pelo lixo lançado pela população.
A segunda aborda o universo de uma comunidade caiçara tradicional que vive de forma simples e mantém a tradição da pesca do cerco, mas eles terão uma surpresa que será trazida pela floresta atlântica.
A trilha sonora e a mini-iluminação cênica permitem aos espectadores adentrarem naquela realidade onde muitas surpresas acontecem.
A direção e a iluminação são de Gustavo Guerra, que também é ator-bonequeiro ao lado de Dyulie Ben Bolon.
(foto: Sol Seraphim/Javiera Abalos)
Sexta-feira, 22 de setembro, 20h
“Muyrakytã”
Balé da Cidade de São Paulo
Local: Centro Cultural Waldemar Belisário (Vila, Ilhabela – SP)
É com estas palavras poéticas que a educadora social e ativista Bel Santos-Mayer traduz o espetáculo que uma das maiores companhias de dança do país apresentará no 24o Festival Dança e Movimento: “Corpos desejados como um talismã. Sedução. Ginga. Corpos paridos na respiração da cuíca, no grito agudo da corda que puxa um e que chama outra. Palavras que (im)põem ritmo, movimentam pensamentos e corpos. Corpos de sempre renovados, com outras existências compartilhando a cena. Esparramados ocupam. São da casa. São das ruas. Parecem outros. Renascem ao som de batuques. Movem-se. Movem. Suas vidas “por um fio” se enlaçam no cordão de palavras entoado por uma mais velha. A rima da infância comove; move: “Como poderei viver? Como poderei viver?”. Os corpos se recusam a tombar. Arrastam-se. Envolvem. Curam-se. Resistem. Num balé solitário ensaiam a marcha coletiva. Olhares em chamas ardem ao som da pergunta agônica: “Como poderei viver? Como poderei viver?”. O coreógrafo Allan Falieri, bailarinos e equipe do Balé da Cidade de São Paulo se lançam na busca por respostas. E com crítica, liberdade, saltos, saudações, vibrações, música e poesia. Experimentam. Dançam. E dançam muito.” A direção artística é de Alejandro Ahmed.
(foto: divulgação)
Sábado, 23 de setembro, 20h
“Grand Pas de Quatre de Pugni”, “Grand Pas de Deux de Dom Quixote” e “Veias Abertas”
São Paulo Companhia de Dança
Local: Centro Cultural Waldemar Belisário (Vila, Ilhabela – SP)
Uma das mais importantes Companhias de Dança do país apresenta no 24º Dança e Movimento duas remontagens clássicas e uma contemporânea de seu repertório. A Grand Pas de Quatre de Pugni tem coreografia de Diego de Paula (2020), inspirado livremente na obra de 1854 de Jules Perrot (1810-1892).
Conduzido pela música de Cesare Pugni (1802-1870), o balé romântico é a essência da obra, que reforça traços da dança feminina com movimentos delicados, suaves e elegantes.
A outra peça clássica é a remontagem do Grand Pas de Deux de Dom Quixote, realizada por Duda Braz em 2012, a partir do original de 1869 de Marius Petipa (1818-1910), que traz a cena apoteótica do casamento entre os personagens principais da obra de Miguel de Cervantes – o barbeiro Basílio e Kitri, a filha do taberneiro.
O programa termina com a apresentação do espetáculo de 2023, inspirado livremente na obra literária “As veias Abertas da América Latina”, do escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), e embalado pelas canções da cantora argentina Mercedes Sosa (1935-2009). Veias Abertas, da coreógrafa Poliane Fogaça, propõe o encontro desses dois grandes artistas que, em comum, contaram as histórias dos povos latino-americanos.
Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança é dirigida por Inês Bogéa e realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas. É considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 900 mil pessoas em 18 diferentes países.
(foto: Fernanda Kirmayr)
Domingo, 24 de setembro, 20h
“Da Cor de Cobre”
Clarin Cia de Dança
Local: Centro Cultural Waldemar Belisário (Vila, Ilhabela – SP)
“Da cor de cobre” é uma releitura poética do auto do Bumba-meu-boi. Este trabalho apresenta histórias encantadas sobre alguns dos personagens existentes nesse folguedo. O auto do Bumba-meu-boi visto de um lugar mágico, através de uma brecha entre o mundo real e encantado, no qual Pai Francisco e Catirina podem transitar. Trata-se de uma homenagem a todos os grupos existentes e resistentes da cultura tradicional brasileira. Uma forma de chamar atenção para o folclore nacional e ressignificar essa manifestação popular, que acontece na rua, para usar os elementos técnicos da caixa-preta, a fim de recriar os ambientes mágicos das histórias.
Pela primeira vez no Festival Dança e Movimento, a Clarin Cia. de Dança é a junção de artistas de origens e experiências diferenciadas, como capoeira, breaking, ballet e danças brasileiras, aglutinadas ao redor da ideia de experimentação em dança e cultura popular desde 2013. Foi criada por Kelson Barros com o objetivo de dar continuidade à pesquisa empreendida por ele, com o Núcleo Igi Ara, ainda na graduação em dança em 2009, tendo como foco a significação do gestual apresentado pela dança dos orixás.
Direção geral: Kelson Barros, Assistente de direção: Vivian Maria, Intérpretes-criadores: Alex Araújo, Carol Monteiro, Fernando Ramos, Gabriela Bacaycoa, Kelson Barros, Loke Wolf, Renata Damasco, Thalys Felipe, Vivian Maria e Weverton Souza. Diretor musical: Alysson Bruno, Músicos: Alysson Bruno, Fábio Leandro, Lucas Brogiolo, Mauricio Paz, Renatinho Pereira, Victor Eduardo e Vivian Maria. Colaboração de indumentárias: Boi da Floresta, Boi de Morros, Boi da Maioba e Boi de Leonardo. Apoio de indumentárias: Dennes César, Pedro Oliveira, Thais Cantanhede e Talyene Mêlonio, Figurinista: Gabriela Araújo, Design de Luz: Renato Lopes, Operador de luz: Renato Lopes, Cenografia: Kelson Barros, Costura de cenário: Danilo Maganha, Produção Executiva: Dafne Nascimento Cazumba Produções Artísticas.
(foto: Denys Flores)
Terça-feira, 26 de setembro,9h
“Titis Tour” (espetáculo interativo)
Cia Las Titis
Local: Pés no Chão (R. Macapá, 72 – Barra Velha, Ilhabela – SP)
Duas velhas amigas navegam pelo mundo em uma banheira mágica. Embarcadas em seus próprios sonhos, elas fazem uma pausa para um banho que se transforma em um périplo de coreografias improváveis. Em seus bolsos e em suas memórias, essas excêntricas mulheres carregam pequenos grandes tesouros, que se revelam magicamente. Com classificação livre, é um trabalho delicado e imagético, que une ao mesmo tempo poesia e diversão, numa dramaturgia híbrida entre performance, dança e circo.
Com linguagem baseada na dança de contato improvisação, na palhaçaria e em artes somáticas terapêuticas, a cia Las Titis pesquisa intersecções entre arte, saúde, amor e humor. Formada por Iris Fiorelli e Mi Chan Tchung, surgiu em 2020 e desenvolve criações cênicas e pedagógicas para crianças, jovens, adultos e idosos. O presente trabalho foi criado a partir da premiação do ProAC – Produção de Espetáculos de Dança e sua estreia aconteceu no 23º Dança e Movimento.
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