O Carnaval de Ilhabela, o maior do Litoral Norte de São Paulo, agora faz parte do Patrimônio Imaterial da cidade. A lei 1.610/2023, que declara as agremiações carnavalescas do município como Patrimônio Imaterial, assim como suas atividades e expressões artísticas, foi sancionada pelo prefeito Toninho Colucci nesta quarta-feira (30) com a presença de representantes das agremiações que compõem a Liga das Entidades Carnavalescas do município.
O reconhecimento como Patrimônio Imaterial garante a salvaguarda e proteção das práticas culturais de um povo, fortalecendo os laços identitários, o sentimento de pertencimento e a valorização de sua memória.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), classificam-se como patrimônio imaterial as “práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.”
Carnaval caiçara e diverso
O carnaval de Ilhabela é a maior festa popular da cidade e é marcado pela diversidade e pela criatividade dos blocos de embalo, blocos de enredo e das escolas de samba que desfilam pelas ruas com enredos e fantasias que valorizam a cultura local e a identidade caiçara.
A festa popular envolve cerca de duas mil pessoas que atuam de forma direta ou indiretamente no período de preparação do desfile, gerando emprego e renda para artistas, músicos, dançarinos e artesãos.
Um dos destaques é o Banho da Doroteia, uma tradição que nasceu há cerca de 60 anos com um pequeno grupo de amigos que se divertia em um dia de carnaval com um mergulho no mar. Hoje, o Banho da Doroteia reúne diversos blocos que colorem o mar de Ilhabela com suas fantasias de crepom.
Homenagem à mulher pioneira
A lei leva o nome de Fátima Aparecida de Jesus, uma homenagem póstuma à ex-presidente e precursora de um grande legado da escola de samba Unidos de Padre Anchieta, pioneira do município e ainda ativa após 57 anos de tradição. A iniciativa partiu do vereador Alexander Augusto (Leleco Augusto), que defendeu a importância de garantir a livre manifestação cultural, que muitas vezes é impedida de ser exercida por conta de preconceitos.