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A sede da Fundação Arte e Cultura de Ilhabela recebe a partir desta sexta-feira (8/4), a exposição “Imersão”, do artista plástico Lumumba Afroindígena. A exposição permanece até o dia 24 de abril.
A mostra é composta por cerca de 30 obras, entre telas e vídeos, com destaque para as pinturas produzidas em 2018, na aldeia Ipavu, dos índios Kamaiurá, quando Lumumba teve a oportunidade de testemunhar as celebrações do Kuarup, ritual de homenagem aos mortos ilustres realizado pelos povos indígenas no Alto Xingu.
Além disso, durante o período da exposição, o artista fará um workshop com os interessados e haverá uma mesa de debates, com duração de 60 minutos, com a participação de convidados.
Artista plástico autodidata, Lumumba Afroindígena possui 20 anos de carreira. Descendente de congoleses, um caso raro de terceira geração, nascido no Brasil, herdando o nome da bisavó escravizada, a congolesa Tereza Lumumba, bisneto de indígena da etnia Puri-Guarani, da serra do Caparaó.
Iniciou sua trajetória em 2001 pintando orixás em juta, traduzindo os mitos yorubás, influenciado por Michelangelo e Boris Vallejo. Em 2009 começou a se dedicar a trabalhos cenográficos como escultor para eventos como a Parada “Momentos Mágicos Disney – Brasil”, Óperas Infantis para o Teatro Municipal de São Paulo, (vencendo o Prêmio Carlos Gomes de cenografia com “O menino e os sortilégios” de Ravel), Beto Carrero World, Dreamworks, Oktoberfest, Caso do Porco Bar e o último, Boteco da Diversidade – Edição maio e novembro de 2018.
Em setembro de 2017 participou do I Encontro de Pajés no Parque Indígena do Xingú, junto aos kalapalos, retornando em 2018, aos Kamayurás, quando em completa imersão, foi honrado com a participação na maior cerimônia do Alto Xingú, o Kuarup. Nessa oportunidade se submeteu ao ritual do guerreiro Kalapalo “Arranhadeira”, luta “HukaHuka” dentre outras trocas culturais, culminando numa exposição individual na Matilha Cultural no centro de São Paulo com a exibição de sete obras realizadas na aldeia utilizando apenas pigmentos naturais.
Em 2020 esculpiu o Monumento a Tebas, arquiteto negro escravizado que conquistou sua liberdade através de trabalhos arquitetônicos realizados na Igreja da Sé entre outros. A escultura em aço se encontra na Praça Clóvis Beviláqua, anexo à Praça da Sé no centro de São Paulo. Em 2021, também em São Paulo participou do evento MAR 360 (Museu de Arte de Rua) onde pintou a empena de um prédio de 5 andares na Zona Sul da capital, às margens da Rodovia dos Imigrantes.
Suas principais influências atualmente são Basquiat, Ordalina Cândido, entre outrxs, a arte original africana e ameríndia.
Serviço:
Exposição: “Imersão” do artista Lumumba Afroindígena
Local: Fundação Arte e Cultura de Ilhabela, localizada na Rua Dr. Carvalho, 80 – Vila, centro histórico da cidade.
Horários: Segunda à Sexta, das 9h às 18h; sexta e sábado, das 10h às 21h e aos domingos, das 10h às 20h.