Nesta quinta-feira (17), os alunos do curso de jardinagem da Ilhabela Escola Técnica (IETEC) chegaram ao último dia da turma e concluíram sua formação com direito a deixarem sua própria marca na escola. Os 27 estudantes refizeram os canteiros da unidade com o plantio de espécies ornamentais e três palmeiras juçaras, que vão crescer e oferecer sombra para o pátio interno.
Durante as aulas, eles tiveram a oportunidades de aliar conhecimento teórico ao prático, com diversas visitas às áreas de interesse para estudos botânicos, ampliando seus conhecimentos sobre as plantas e de como cuidá-las.
A professora do Senac, Cyntia Galvão Salles, facilitadora do curso, salienta a capacidade dos jardins em melhorar a qualidade de vida e o papel dos jardineiros em transformar ambientes. “A formação desenvolve no profissional a capacidade de reconhecer qual sentimento aquela planta pode despertar, quais sensações ela causa. O Burle Marx, famoso paisagista brasileiro, já dizia que o jardim tem o papel de fazer um resgate da natureza para melhorar a qualidade de vida, além de reavivar a fauna local”, destacou.
Entre os diferentes ensinamentos, eles aprenderam as diferenças entre paisagismo e jardinagem, a morfologia vegetal de árvores e plantas ornamentais, adubação e insumos apropriados, análise do solo, além de muita prática com podas e plantios.
A aluna Eloisa Bell Ore conta que aprendeu como adubar corretamente uma árvore observando sua copa e área de sombreamento. “Hoje sei que para adubar corretamente uma árvore é preciso visualizar sua copa. Não adianta só aplicar o adubo envolta do tronco, pois as raízes se estendem por toda a área sombreada e é por elas que os nutrientes vão ser absorvidos”, explica.
O artista plástico e futuro jardineiro, Riquelme Ribeiro da Silva comentou sobre como as próprias plantas indicam suas necessidades. “A gente cria uma conexão com a planta e aprende que ela se comunica conosco, mas não por palavras. As folhas, por exemplo, podem indicar se há algum problema. Já a presença de líquens nas árvores, que são uma simbiose de fungos e algas, indica uma boa qualidade do ar no ambiente” ressalta.
Ele ainda aplicou o conhecimento adquirido em uma escultura feita com materiais reciclados e que exemplifica vários conceitos aprendidos em aula. O objeto representa duas plantas, uma com raiz pivotante, mais reta e profunda, e outra com raiz fasciculada, mais curta, espalhada e com diversas ramificações. Na parte superior há a representação da técnica de enxertia, que possibilita a floração e até a frutificação de mais de uma espécie em uma mesma planta.
Na parte prática, cada aluno fez o plantio em vaso de um pé de manjericão e na aula de Diagnósticos e Pragas eles puderam levar suas próprias espécies doentes de casa para que, juntos, aprendessem qual a deficiência ou tipo de ataque a planta estava sofrendo.
Em apoio às aulas na própria IETEC, os alunos também visitaram o Viveiro Municipal Aroeira para aprenderem sobre a reprodução vegetal, ao mangue para estudarem as raízes únicas desse bioma e ao antigo campo de aviação, no Pequeá, para identificarem as diferentes espécies utilizadas na jardinagem e a morfologia das plantas.